segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Encontros e despedidas

Encontros e despedidas...



Meu último post neste blog serve tanto de balanço quanto de despedida: depois de um ano fantástico, repleto de coisas boas, estou deixando a Funed.

Antes de tudo, quero lembrar dos primeiros dias do mês de janeiro, quando fiquei sabendo que viria para a Fundação. Fiquei muito honrado de entrar para o rol de presidentes desta instituição que orgulha todos os mineiros.

Procurei estudar bastante, para tomar consciência do meu desafio. Aos poucos fui acessando uma série de informações (no início, com alguma dificuldade) e na medida em que conheci as pessoas na instituição, fui compreendendo este desafio, a missão que tinha sido designada.

Pouco mais de 11 meses depois, tenho a sensação de dever cumprido. Em alguns casos, penso que fizemos muito mais do que de início eu esperava. Em outros, gostaria que tivessemos feito mais, mas não faltou empenho. Compartilhar agenda importantes com pessoas interessantes e comprometidas, tentar passar um pouco da minha experiência e, ao mesmo tempo, buscar aprender, em uma troca constante. Sem dúvida, as imagens da retrospectiva 2014 pra mim são grandiosas, inesquecíveis...e espero que sejam também para os nossos amigos, colaboradores e parceiros.

Em especial, fico feliz de saber que um dos principais objetivos, o resgate da imagem da Funed, a busca por consolidar e ampliar as parcerias, foi amplamente cumprido.

Penso que também no que se refere a agenda interna, conseguimos estimular a instituição a resgatar sua auto estima e ouvi de diversas pessoas um sentimento de engajamento, ressurgimento, gratidão, dever cumprido, resultado.

Torço muito para que isso continue e aumente em 2015. Torço muito para que a próxima gestão continue trilhando caminhos sólidos, avançando as transferências de tecnologia, apostando em inovações como os fitoterápicos, o biotério com a visão de serviços, as tantas e tantas inovações que a Pesquisa e o Desenvolvimento Científico e Tecnológico proporcionam. Torço para que continuem fortalecendo o nosso LACEN, o IOM, em seu papel de laboratório de saúde pública, também com imenso potencial de inovação. Torço para que no ano que vem venha um novo recorde de receitas.

Deixo aqui a minha disposição de apoiar a próxima gestão no que precisar. Espero e quero muito poder contribuir com meu ponto de vista e com tudo que aprendi este ano. Estive presidente, sou e serei sempre um servidor público, mesmo que temporariamente venha a atuar fora do Estado, minha origem é essa, meu vínculo é esse e minha disposição é essa. Tenho orgulho do que já fiz, de ter participado em diversos desafios para o fortalecimento do SUS. Tenho orgulho de minha trajetória no controle social, de minha experiência na gestão. Mas, sabem do que mais me orgulho? Me orgulho de ter feito muitos amigos, ter respeitado e conquistado respeito.

Assim, não podia deixar de encerrar este post agradecendo a tantos amigos e colaboradores que foram essenciais para tudo o que conquistamos este ano. Tentando nominar um a um, cometeria certamente alguma injustiça. Assim, ao ler este blog, peço que compreeenda que estas palavras são para você. Minha sincera gratidão, amizade, meus votos de felicidades nos próximos passos. Deixo também a minha disponibilidade para sempre que precisarem...

Vamos em frente...a vida é feita de encontros e despedidas...e eu já estou ansioso para o próximo encontro com vocês.

Um fraterno abraço,

do amigo e ex-presidente,

Chico


domingo, 16 de novembro de 2014

Um só CNPJ

TODOS JUNTOS, UMA SÓ FUNED

Caros amigos, o tema sobre o qual escrevo esta semana é, na minha opinião, muito relevante para as organizações em geral e serve muito bem ao contexto da Funed. É também, na minha opinião, um dos principais aspectos a serem abordados para que a Funed avance rumo ao futuro. Falo neste post sobre integração, um desafio para as instituições em geral, principalmente para as organizações complexas. 


Observando alguns fatos, tenho percebido que é impressionante o desperdício de energia e de recursos em função da fragmentação. Uma boa dose da solução para este assunto, passa pelo amadurecimento das organizações em relação ao gerenciamento de processos. Outrossim, ainda que caminhemos neste sentido, há algo da natureza humana que perpassa as maiores crises institucionais. Estou falando de uma postura do “meu”, da competitividade, da visão multifacetada e da falta de visão que muitas vezes as pessoas apresentam, não por maldade, mas por vaidade.


Cito como um exemplo, a questão de equipamentos na Funed. Não faltam equipamentos. Sobram. Com certeza. Mas, falta colaboração, cooperação, compartilhamento, visão integrada. O que as pessoas muitas vezes não percebem é que existem diversos problemas que vem a reboque desta falta de compartilhamento. Entre eles, aumento de custos, falta de eficiência, dentre outros.


Na Fundação, temos pelo menos três grandes negócios: a pesquisa, a produção industrial e o laboratório de saúde pública. Estes negócios podem se potencializar, caso estabeleçam uma relação mútua de fortalecimento e compartilhamento. Ou, podem se tornar concorrentes. E aí, receio que o desfecho não seja bom para a organização.


As disputas continuam nos mais diversos assuntos que envolvem recursos. Creio que a visão humana precisa ser mais temperada com um certo desapego e com a compreensão de que é necessário estabelecer uma relação de complementariedade entre os negócios da instituição. Somos uma só Funed, com um só CNPJ. Acho fantástico pensar em trocar o nosso logotipo: uma grande seta apontando para o futuro é melhor que quatro setas pequenas e fragmentadas.


E reforço, muito disso que ocorre é inerente a natureza humana apegada e as vaidades pequenas que não podem jamais sobrepor aos objetivos da organização.


Para quem se interessar pelo assunto, até mesmo organizações rivais, que não tem o mesmo CNPJ, estão avançando para modelos diferenciados de trabalho em rede. Procure o significado de coopetição e verá que este é um caminho já existente.


Para os que se interessarem ainda mais, sugiro que leiam a entrevista de Don Tapscott a Revista Veja (link:http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/a-inteligencia-esta-na-rede-entrevista-com-don-tapscott/). Parafraseando: “Não vivemos na era da informação. Estamos na era da colaboração. A era da inteligência conectada”.


Tenho certeza que no dia a dia, você também persegue oportunidades de avançar nesta integração. 


Provavelmente, já se incomodou também com as pequenas disputas ou a falta de compartilhamento. Neste post, estou fazendo uma provocação: propondo a todos que busquem uma Funed cada vez mais colaborativa e integrada.


E você? Tem exemplos que comprovam ou reforçam esta percepção da falta de integração e compartilhamento? O que sugere para avançarmos na Funed com um único CNPJ?



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mudança nas organizações

A importância da mudança nas organizações


As considerações do post desta semana são “baseadas em fatos reais” e uma certa inquietação com a postura de algumas pessoas. Nesta experiência de pouco mais de nove meses na Fundação Ezequiel Dias (até o momento), há evidências claras de que muitas coisas têm sido feitas e bons resultados vêm sendo alcançados. Tudo isso, graças ao trabalho e empenho das pessoas, mas, também, por um componente fundamental: a capacidade de mudança.

Não vou mentir para vocês afirmando que a Funed é uma organização absolutamente preparada e suscetível a mudanças. Ainda há uma forte cultura entrincheirada que leva muitas pessoas a repetirem essa frase: “sempre foi assim”. Não sei por que as pessoas não desenvolvem a vontade de buscar o novo, de fazer diferente. Quando ouço esta frase, minha vontade sincera é devolver na mesma moeda: “E vem dando certo?”.


Deixei claro desde o início, desde o conjunto de apresentações que fiz por Diretoria, logo na minha segunda semana de Funed, que minha intenção não era ficar falando do trabalho de antigos presidentes. Não tenho esta cultura de olhar pra trás. Não faz parte do meu perfil.


Tenho tentado fazer isso, embora muitas vezes seja quase impossível, afinal, quando iniciamos um trabalho em uma instituição pública (ou em qualquer instituição), não fazemos isso “do zero”. Foi assim, por exemplo, com os medicamentos produzidos que poderiam ser perdidos, mas que conseguimos doar. Cerca de 4,5 milhões de medicamentos que chegaram em boa hora para os municípios mineiros.

Tem sido assim com as transferências de tecnologia. Fomos questionados pelo Ministério da Saúde, pois não estávamos dando sequer as respostas aos relatórios solicitados. Hoje podemos comemorar que a transferência da vacina, por exemplo, vem avançando (ainda que persistam dificuldades). Prova concreta disso é a auditoria feita recentemente pela Novartis, cujo resultado demonstra o nítido progresso.

Também por cumprir as agendas (prazos e compromissos) com o Ministério da Saúde na entrega dos produtos, podemos falar em recorde de receita. Basta que o Ministério efetue os pagamentos das últimas cargas entregues (o que vai acontecer em novembro) e este recorde será concretizado.

O reconhecimento de agentes externos e parceiros também demonstra este avanço. Mais de uma vez ouvi expressões como: “a Funed está de volta ao jogo”. O Prêmio Mineiro da Qualidade comprova isso. Bem como outros reconhecimentos que estamos recebendo. Assim, com fatos e dados mostramos resultados de um trabalho. 

Agora, vem o ponto fundamental: sabem, em minha opinião, por que conquistamos isso? De novo: pela capacidade e disposição de mudar. De tentar fazer diferente. De tentar fazer algo novo. De buscar parcerias. Inclusive, novos parceiros. Perguntem a BIOMINAS, a AMBIOTEC, a SECTES, dentre outros, se não estamos agindo diferente? Também pela disposição de quebrar as barreiras e as divisões internas. Pensar em uma Funed com um só CNPJ. Pensar em construir relações de “ganha-ganha”.


Apesar de todos estes avanços, infelizmente, algumas pessoas ainda são refratárias às mudanças. Pessoas com um imenso potencial, com uma grande possibilidade de contribuição para a Funed, mas que muitas vezes deixam o “eu” prevalecer ao “nós”. Pessoas que não enxergam que a Funed é maior, é uma instituição secular, que existia antes da nossa chegada e continuará existindo depois da nossa partida.


Claro, se nós deixarmos (e colaborarmos) poderá existir de uma forma muito mais grandiosa. Basta desapegarmos do “eu” e pensarmos no “nós”, na instituição. Basta entendermos que a mudança é o caminho para algo ainda melhor.

Falo isso, inclusive, pelo bem das pessoas. Quanto mais estivermos sujeitos aos processos de comunicação atuais, quanto mais entranharmos na chamada “era da colaboração” e em modelos cooperativos, mais relativas serão as verdades, mais suscetível à mudança estará o mundo. Afinal, a mudança surge da quebra de paradigmas existentes. E quando juntamos a forma de ver o mundo de várias pessoas, temos um mundo novo, um mundo provavelmente mais assertivo em sua construção. Viver é um exercício constante de quebra de paradigmas. Viver melhor é saber adaptar as mudanças, jogar o jogo.


Assim, este post é mais uma reflexão compartilhada. Esteja disposto a participar. Não resista às mudanças. Jogue o jogo. Tenha seus gostos, preferências, seus conceitos, mas esteja aberto e se proponha a construir junto. Não é este presidente que está trazendo esse modus operandi para a Funed. É o mundo que está assim hoje. Ainda que você não mude de alguma forma, o mundo está mudando e essa mudança não para. E se você entender isso, pode ter certeza, terá uma vida ainda melhor e mais produtiva.


E você? O que acha da mudança? Como a encara? Está preparado para mudar? Quando vê a mudança, busca enxergar oportunidades para criar algo melhor? Como acha que podemos canalizar as mudanças para fazer uma Funed melhor?



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DIAMANTES, PÉROLAS E OURO!

DIAMANTES, PÉROLAS E OURO! 
UMA BOA TRAJETÓRIA, MUITO AINDA PARA FAZER

A ideia de publicar periodicamente postagens no Blog surgiu em um final de semana de trabalho. Com algumas trocas de e-mails com pessoas mais próximas, no dia 12 de abril de 2014, tínhamos a primeira postagem. Pra quem não lembra o tema: Funed – diamantes escondidos! Nesta primeira incursão ao universo dos blogueiros, postei a seguinte frase; “nunca vi nada com tanto potencial como a Fundação Ezequiel Dias!”.

De lá para cá, foram diversas postagens. Uma delas, falava da Talidomida, em parceria com o Bruno e com o Alisson, comparando este fármaco a uma pérola. Lembrando, que em nosso país somente a Funed produz a Talidomida. E que conseguimos uma renegociação de preços com o Ministério da Saúde, neste interim, aumentando em 25% o valor de fornecimento. Justíssimo! Trata-se de um produto muito valorizado em outros países. Para quem tiver interesse, pesquise pela Thalidomid da Celgene.

Enfim, mas relembrei isso tudo por que, depois de um período de silêncio eleitoral (conforme as determinações legais), podemos novamente conversar através deste espaço. E, não vou pautar aqui o resultado das eleições. Pautarei o trabalho técnico, participativo e transparente que estamos desenvolvendo na Fundação Ezequiel Dias.

Pautarei um reconhecimento deste trabalho: a Funed será agraciada no próximo dia 04 de novembro com a categoria Ouro no Prêmio Mineiro da Qualidade, ciclo 2014.



Em meio aos diamantes escondidos, as pérolas, encontramos este ouro e seguimos construindo uma trajetória. É bom ver as pessoas na Fundação motivadas, buscando resultados, comemorando conquistas. Basta ver a equipe do Projeto Funed Ouro para ter uma dimensão do que é isso! Nossa gerente, Thais, a Mayra, o Bruno, a equipe selecionada no processo seletivo, enfim... todas as pessoas deram as mãos e se superaram. É disso, de esforço coletivo, de fé, de trabalho que são feitas as conquistas.

Quer outro bom exemplo? No dia 23 de outubro foi publicado o resultado do Edital SCTIE 01/2014 que contemplou projetos relacionados a fitoterápicos. E, para o nosso orgulho, a Funed em parceria com a SES/MG foi um dos contemplados!

Este projeto surgiu da percepção de que diversos parceiros e clientes queriam que a Fundação tivesse uma atuação neste segmento. A Assembleia Legislativa nos demandou isso, após audiência pública realizada. Consultamos nossos parceiros Conselho Estadual de Saúde, COSEMS e SES/MG. Todos sinalizavam que deveríamos caminhar neste sentido. Assim, temos agora recursos para ajustar nossa área de líquidos e, em breve, fornecer produtos fiteterápicos para os cidadãos mineiros. 

Este trabalho foi feito em parceria pela Presidência (através do Alisson, da Itália Viviani), da Diretoria Industrial (através do Ricardo, da Aline), da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (através da Esther, do Nery, da Simone) e contou também com o apoio da Diretoria do Instituto Octávio Magalhães (que já desenvolvia um trabalho neste sentido e, através da Rita e do Milton, nos trouxe a tona a oportunidade de atuarmos juntos). Junte isso tudo e ainda o apoio de pessoas fundamentais da SES/MG, como a Heloísa (coordenadora da Política das Práticas Integrativas Complementares) e da Samira Lyra (referência da Superintendência de Assistência Farmacêutica). Sabem o que isso? Integração, trabalho conjunto.

Bem, estas são apenas duas conquistas recentes que ilustram o que queremos da Funed: integração das diretorias, dos servidores, em prol de resultados. Capacidade de articulação com o meio externo e visão sistêmica, enxergando as oportunidades.

Nesta trajetória ainda recente, os resultados têm sido perceptíveis, diria até semelhante a joias (diamantes, pérolas e ouro). Mas, mais do que isso, importa ver que estes resultados são feitos por pessoas que se empenham por esta instituição. E, olhando para frente, encanta a possibilidade de ver tanto potencial identificado logo no começo da minha trajetória aqui na Fundação transformado em potência (esta frase eu roubei do Gabriel, da Assessoria de Tecnologia da Informação).

Concluo dizendo que mais valioso do que diamantes, pérolas ou ouro é o futuro de uma instituição formada por pessoas generosas e dedicadas, que enxergam além do horizonte e que acreditam no seu caminhar.

Obrigado a todos os nossos colaboradores e parceiros! Vamos em frente, fazendo história...E você? Pode nos ajudar a garimpar mais preciosidades e conquistas? Como pensa que podemos fortalecer ainda mais esta instituição tão preciosa que é a Funed?

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Período Eleitoral 2014

Prezado leitor, 

em virtude da Legislação Eleitoral informo que meu blog estará desativado do dia 05 de julho até a oficialização do resultado final das eleições de 2014 pelo Tribunal Regional Eleitoral. 

Conto com a compreensão de vocês e até um breve retorno.

sábado, 21 de junho de 2014

Fortalecimento do SUS

Como a Funed pode contribuir para o fortalecimento do SUS?

O tema proposto neste post é fruto de uma conversa minha com o nosso colega Paulo Carvalho, recém chegado à Funed, por quem tenho muito respeito pela sua experiência e conhecimento de SUS – Sistema Único de Saúde.

Para te provocar, se você é funcionário da Funed, leia o verso do seu crachá funcional onde está descrita a nossa missão institucional. Para você que não é funcionário da Funed, passo uma cola desta missão: “Participar da construção do Sistema Único de Saúde, protegendo e promovendo a saúde”

O nosso Sistema Único de Saúde, do qual a Funed faz parte, é uma conquista da população brasileira! Criado na Constituição Federal de 1988 a partir de movimentos populares, este Sistema vem se estruturando ao longo dos últimos anos, possibilitando aos cidadãos um atendimento cada vez mais repleto de alternativas.

Sim, o SUS possui muitas limitações. Pode melhorar muito. Entretanto, ele existe! A gestão precisa ser cada vez mais eficiente. Em função de uma cultura historicamente reativa e “hospitalocêntrica”, existem ainda grandes desperdícios, como, por exemplo, as chamadas internações por condições sensíveis a atenção ambulatorial. O SUS possui também incoerências, como um financiamento limitado para um sistema que se propõe a ser universal e integral.

No entanto, é preciso que passemos a enxergar mais as conquistas e os avanços. Por exemplo, pouquíssimas pessoas se lembram da abrangência deste sistema público gratuito. O SUS está aí, para quem quiser e/ou precisar. Sem distinção. Aliás, verdade seja dita, todos – sem exceção – utilizam o SUS.

Infelizmente, muitos não se dão conta disso. Não se lembram de que o SUS engloba a vigilância em saúde (dos estabelecimentos, dos alimentos, da água, etc.), serviços preventivos como a imunização, serviços de urgência e emergência, medicamentos, hemoderivados e uma série de outros serviços e produtos. Sobre isso, compartilho um dado interessante: em uma pesquisa realizada em 2011 pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que apresentou os chamados indicadores de percepção social da Saúde, verificou-se que as pessoas que usam exclusivamente o SUS avaliam o sistema melhor do que aqueles que possuem planos de saúde. Ou seja, muitas pessoas valoram o SUS por aspectos subjetivos ou mesmo pela impressão gerada pela mídia negativa, não pela sua própria vivência ou experiência.

Disse tudo isso para lembrar e refletir um pouco sobre o papel da Fundação Ezequiel Dias no fortalecimento desta conquista do povo brasileiro. Voltando na nossa missão, está claramente definido o que devemos fazer..

Por isso, devemos nos orgulhar em saber que este ano todo o soro utilizado no Brasil passará em algum momento do seu processo de produção na Funed. Também a vacina contra a Meningite C é um produto Funed que é distribuído em todo o Brasil e nos ajuda a cumprir esta importante missão.

Os exames laboratoriais e analíticos do Instituto Octávio Magalhães auxiliam a vigilância sanitária no cumprimento de seu papel de proteger a população, identificando potenciais riscos à saúde. A atuação em relação a vigilância epidemiológica possibilita enxergar situações críticas de epidemia e agir de forma mais ativa no combate a doenças e agravos. E a vigilância ambiental, como por exemplo a análise da qualidade da água, protege os cidadãos de outros riscos a saúde.

Tendo na sua finalidade, conforme o seu Estatuto, realizar pesquisas para o desenvolvimento científico e tecnológico no campo da saúde pública, a Funed pode contribuir de forma ainda mais concreta e promissora para o fortalecimento do SUS, na medida em que pode e deve produzir novas tecnologias em saúde voltadas para o bem estar e a qualidade de vida dos cidadãos. Algumas interessantes pesquisas que já vem sendo desenvolvidas possuem grande potencial para, em breve, serem transformadas em novas soluções concretas para a saúde das pessoas.

Finalizo com algumas provocações:
a) Como você, servidor da Funed, se enxerga neste contexto? Entende os objetivos da Funed e reconhece o papel desta instituição centenária no SUS?

b) Como acha que a sociedade enxerga a Funed? Acham que os cidadãos que nos olham de fora dos “muros da Gameleira” sabem do nosso potencial e de nossa contribuição para o SUS? Será que enxergam como os nossos produtos e serviços impactam as suas vidas?


 c) O que você acha que podemos fazer para fortalecer o nosso papel no SUS, para fortalecer o nosso diálogo com os cidadãos e para ampliar o reconhecimento e a qualidade do nosso Sistema Único de Saúde, através de nossas ações?

terça-feira, 10 de junho de 2014

Líder ou chefe?

O desafio da liderança nas organizações contemporâneas, especialmente nas instituições públicas

O nosso post desta semana propõe uma reflexão importante: como anda a liderança nas organizações? Obviamente, proponho esta discussão no nosso contexto, ou seja, liderança no serviço público de Minas Gerais, liderança em organizações de saúde.

A primeira colocação que faço é: as pessoas estão sendo preparadas para liderar? Não é incomum que um bom técnico, da noite para o dia, seja alçado para uma posição no organograma onde precisa liderar pessoas. Talvez, este tenha sido o seu caso.

Antes de avançarmos na reflexão, faço aqui um importante parêntese sobre a diferença entre líderes e chefes.

Chefe é uma pessoa cujo cargo ocupado o coloca em uma posição hierárquica em que ele precisa dar ordens e coordenar uma equipe. Ele deve exercer este papel com base em normas institucionais ou organizacionais. É a mais pura expressão de ordem social que define diferenças de status e, por conseguinte, de poder e autoridade dentro do grupo.

A liderança é algo maior que a “chefia”. O líder é aquele que tenta sempre manter a equipe motivada, trabalha junto com o grupo, que busca sempre aprender, melhorar e passar adiante o seu aprendizado. Ele se preocupa com as pessoas e com o desenvolvimento delas, sabe dar feedbacks construtivos e, em conjunto, te ajuda a melhorar como profissional e, muitas vezes, pessoalmente também.

Já vi líderes que não ocupavam posição de chefia na hierarquia das organizações. Já vi muitos chefes (e isso é muito comum) que não têm perfil de liderança.

Mas, voltando a nossa reflexão: você pode desenvolver competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) para ser um bom líder. Diria que o primeiro passo é querer e estar consciente de que um bom líder deve saber relacionar com as pessoas de forma assertiva.

Um dos aspectos que considero mais relevantes nas teorias sobre liderança é o modelo de liderança feita pelo exemplo. Sim, nossas organizações contemporâneas não suportam mais líderes (seriam realmente líderes?) do tipo “faça o que eu digo, não o que eu faço”...

Outro aspecto, que é, na verdade, uma competência que precisa ser valorizada nos líderes é o chamado “foco em resultados”. Líderes precisam motivar pessoas e fazer com que elas caminhem em um mesmo sentido ou direção. Um líder que foca processos de apoio ou se prende nas mazelas da burocracia não é um líder. 

Dificilmente conseguirá conduzir as pessoas – já que precisa dar exemplo – em torno de um objetivo. Provavelmente, fará os seus liderados se perderem em coisas supérfluas, supervalorizando os meios. Este é um dos principais desafios para as pessoas que estão e posição de chefia nas organizações públicas, que precisam ser orientadas pelas entregas para a sociedade.


Enfim, coloco estas reflexões acompanhadas de uma provocação de caráter pessoal: você é um bom líder? Como vê o perfil de liderança das pessoas em posição de chefia na Funed? Como podemos desenvolver bons líderes em nossa organização? Como bons líderes podem contribuir para uma Funed cada vez mais produtiva?