domingo, 16 de novembro de 2014

Um só CNPJ

TODOS JUNTOS, UMA SÓ FUNED

Caros amigos, o tema sobre o qual escrevo esta semana é, na minha opinião, muito relevante para as organizações em geral e serve muito bem ao contexto da Funed. É também, na minha opinião, um dos principais aspectos a serem abordados para que a Funed avance rumo ao futuro. Falo neste post sobre integração, um desafio para as instituições em geral, principalmente para as organizações complexas. 


Observando alguns fatos, tenho percebido que é impressionante o desperdício de energia e de recursos em função da fragmentação. Uma boa dose da solução para este assunto, passa pelo amadurecimento das organizações em relação ao gerenciamento de processos. Outrossim, ainda que caminhemos neste sentido, há algo da natureza humana que perpassa as maiores crises institucionais. Estou falando de uma postura do “meu”, da competitividade, da visão multifacetada e da falta de visão que muitas vezes as pessoas apresentam, não por maldade, mas por vaidade.


Cito como um exemplo, a questão de equipamentos na Funed. Não faltam equipamentos. Sobram. Com certeza. Mas, falta colaboração, cooperação, compartilhamento, visão integrada. O que as pessoas muitas vezes não percebem é que existem diversos problemas que vem a reboque desta falta de compartilhamento. Entre eles, aumento de custos, falta de eficiência, dentre outros.


Na Fundação, temos pelo menos três grandes negócios: a pesquisa, a produção industrial e o laboratório de saúde pública. Estes negócios podem se potencializar, caso estabeleçam uma relação mútua de fortalecimento e compartilhamento. Ou, podem se tornar concorrentes. E aí, receio que o desfecho não seja bom para a organização.


As disputas continuam nos mais diversos assuntos que envolvem recursos. Creio que a visão humana precisa ser mais temperada com um certo desapego e com a compreensão de que é necessário estabelecer uma relação de complementariedade entre os negócios da instituição. Somos uma só Funed, com um só CNPJ. Acho fantástico pensar em trocar o nosso logotipo: uma grande seta apontando para o futuro é melhor que quatro setas pequenas e fragmentadas.


E reforço, muito disso que ocorre é inerente a natureza humana apegada e as vaidades pequenas que não podem jamais sobrepor aos objetivos da organização.


Para quem se interessar pelo assunto, até mesmo organizações rivais, que não tem o mesmo CNPJ, estão avançando para modelos diferenciados de trabalho em rede. Procure o significado de coopetição e verá que este é um caminho já existente.


Para os que se interessarem ainda mais, sugiro que leiam a entrevista de Don Tapscott a Revista Veja (link:http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/a-inteligencia-esta-na-rede-entrevista-com-don-tapscott/). Parafraseando: “Não vivemos na era da informação. Estamos na era da colaboração. A era da inteligência conectada”.


Tenho certeza que no dia a dia, você também persegue oportunidades de avançar nesta integração. 


Provavelmente, já se incomodou também com as pequenas disputas ou a falta de compartilhamento. Neste post, estou fazendo uma provocação: propondo a todos que busquem uma Funed cada vez mais colaborativa e integrada.


E você? Tem exemplos que comprovam ou reforçam esta percepção da falta de integração e compartilhamento? O que sugere para avançarmos na Funed com um único CNPJ?



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mudança nas organizações

A importância da mudança nas organizações


As considerações do post desta semana são “baseadas em fatos reais” e uma certa inquietação com a postura de algumas pessoas. Nesta experiência de pouco mais de nove meses na Fundação Ezequiel Dias (até o momento), há evidências claras de que muitas coisas têm sido feitas e bons resultados vêm sendo alcançados. Tudo isso, graças ao trabalho e empenho das pessoas, mas, também, por um componente fundamental: a capacidade de mudança.

Não vou mentir para vocês afirmando que a Funed é uma organização absolutamente preparada e suscetível a mudanças. Ainda há uma forte cultura entrincheirada que leva muitas pessoas a repetirem essa frase: “sempre foi assim”. Não sei por que as pessoas não desenvolvem a vontade de buscar o novo, de fazer diferente. Quando ouço esta frase, minha vontade sincera é devolver na mesma moeda: “E vem dando certo?”.


Deixei claro desde o início, desde o conjunto de apresentações que fiz por Diretoria, logo na minha segunda semana de Funed, que minha intenção não era ficar falando do trabalho de antigos presidentes. Não tenho esta cultura de olhar pra trás. Não faz parte do meu perfil.


Tenho tentado fazer isso, embora muitas vezes seja quase impossível, afinal, quando iniciamos um trabalho em uma instituição pública (ou em qualquer instituição), não fazemos isso “do zero”. Foi assim, por exemplo, com os medicamentos produzidos que poderiam ser perdidos, mas que conseguimos doar. Cerca de 4,5 milhões de medicamentos que chegaram em boa hora para os municípios mineiros.

Tem sido assim com as transferências de tecnologia. Fomos questionados pelo Ministério da Saúde, pois não estávamos dando sequer as respostas aos relatórios solicitados. Hoje podemos comemorar que a transferência da vacina, por exemplo, vem avançando (ainda que persistam dificuldades). Prova concreta disso é a auditoria feita recentemente pela Novartis, cujo resultado demonstra o nítido progresso.

Também por cumprir as agendas (prazos e compromissos) com o Ministério da Saúde na entrega dos produtos, podemos falar em recorde de receita. Basta que o Ministério efetue os pagamentos das últimas cargas entregues (o que vai acontecer em novembro) e este recorde será concretizado.

O reconhecimento de agentes externos e parceiros também demonstra este avanço. Mais de uma vez ouvi expressões como: “a Funed está de volta ao jogo”. O Prêmio Mineiro da Qualidade comprova isso. Bem como outros reconhecimentos que estamos recebendo. Assim, com fatos e dados mostramos resultados de um trabalho. 

Agora, vem o ponto fundamental: sabem, em minha opinião, por que conquistamos isso? De novo: pela capacidade e disposição de mudar. De tentar fazer diferente. De tentar fazer algo novo. De buscar parcerias. Inclusive, novos parceiros. Perguntem a BIOMINAS, a AMBIOTEC, a SECTES, dentre outros, se não estamos agindo diferente? Também pela disposição de quebrar as barreiras e as divisões internas. Pensar em uma Funed com um só CNPJ. Pensar em construir relações de “ganha-ganha”.


Apesar de todos estes avanços, infelizmente, algumas pessoas ainda são refratárias às mudanças. Pessoas com um imenso potencial, com uma grande possibilidade de contribuição para a Funed, mas que muitas vezes deixam o “eu” prevalecer ao “nós”. Pessoas que não enxergam que a Funed é maior, é uma instituição secular, que existia antes da nossa chegada e continuará existindo depois da nossa partida.


Claro, se nós deixarmos (e colaborarmos) poderá existir de uma forma muito mais grandiosa. Basta desapegarmos do “eu” e pensarmos no “nós”, na instituição. Basta entendermos que a mudança é o caminho para algo ainda melhor.

Falo isso, inclusive, pelo bem das pessoas. Quanto mais estivermos sujeitos aos processos de comunicação atuais, quanto mais entranharmos na chamada “era da colaboração” e em modelos cooperativos, mais relativas serão as verdades, mais suscetível à mudança estará o mundo. Afinal, a mudança surge da quebra de paradigmas existentes. E quando juntamos a forma de ver o mundo de várias pessoas, temos um mundo novo, um mundo provavelmente mais assertivo em sua construção. Viver é um exercício constante de quebra de paradigmas. Viver melhor é saber adaptar as mudanças, jogar o jogo.


Assim, este post é mais uma reflexão compartilhada. Esteja disposto a participar. Não resista às mudanças. Jogue o jogo. Tenha seus gostos, preferências, seus conceitos, mas esteja aberto e se proponha a construir junto. Não é este presidente que está trazendo esse modus operandi para a Funed. É o mundo que está assim hoje. Ainda que você não mude de alguma forma, o mundo está mudando e essa mudança não para. E se você entender isso, pode ter certeza, terá uma vida ainda melhor e mais produtiva.


E você? O que acha da mudança? Como a encara? Está preparado para mudar? Quando vê a mudança, busca enxergar oportunidades para criar algo melhor? Como acha que podemos canalizar as mudanças para fazer uma Funed melhor?